domingo, 30 de dezembro de 2007

METAMORFOSE DO DIA


Ouve-se o repicar dos sinos,
Os pássaros fazem festa no ar,
É à noite a chegar!
Chega mansamente,
Dando adeus ao amanhecer.
Chega vagarosa,
Deixando temerosa,
Vários corações!
A noite vai-se embora,
Pois já chega a madrugada,
Que soltando gargalhadas,
Vê a noite retira-se!
Mais o dia orgulhoso,
Fazendo-se vistoso,
Faz chorar a madrugada,
Que derrama sua s lágrimas,
Em forma de orvalho!
Mais logo uma nuvem invejosa,
Impõe-se por sobre o sol,
E o sol enraivecido,
Queima a nuvem que a chorar,
Transforma-se em chuva.
E o sol reaparece,
No mais gostoso sorriso,
Trazendo no peito o orgulho de ter vencido

Mayra Alcione Musa

Uma Linda Estória de Amor



...Num vale dourado entre a floresta e a cascata vive um pobre rouxinol!
Ele tem os olhos tristes, pois no peito ainda insiste, a saudade
De seu bem.
Ele tem o canto triste, chora a amada que partiu
Sem saber se vai voltar!
Uma voz misteriosa lhe diz:
- Vamos pequeno amigo, enxugue suas lágrimas,
Ela não merece teu sofrimento.
Foi ingrata e não merece teu perdão,
Pois jurava que te amava,
Que por ti jamais deixava,
O lar que tinha então!
Na primeira oportunidade,
Pela calda de um pavão,
Deixou-se levar então!
E da cascata que fremia,
Algumas gotas lá caiam,
Misturando-se as suas águas,
Que continham toda mágoa,
Do pequeno rouxinol.
O céu foi escurecendo,
Tão triste quanto o rouxinol.
Foi soltando suas águas para enxugar
As lágrimas do pobre coração,
Já sem esperanças de viver.
Mas o céu lhe dera o consolo,
Três pequenos ovinhos que em breve
Abrir-se-iam e deles surgiriam,
Três lindos rouxinóis!
Mais ao longe se ouvia,
Os gritinhos da pequena rouxinol,
Que lutando contra o vento,
Com as asas sangrando tentava escapar,
Pois no coração da mata,
Um caçador desalmado,
A vida da ingrata tirou!
Já não fere um coração,
Pois na negra escuridão,
Encerrava com seu canto triste
Essa linda estória de amor!

Mayra Alcione Musa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Naufrago do Amor


Vem meu adorável garoto, me pega de jeito,
Aperta-me bem firme, me beija com sede,
Percorre meu corpo sedento de amor e prazer!

Essa língua voraz me morde os seios,
Desliza por tudo inflama meu corpo
Delirante de prazer.

Busca na fonte o mel que te embriaga,
Em meu corpo naufraga sua nau a deriva.
Sedento por um porto abrigo!

Busca em meu corpo o sacio de tua fome,
Percorre-me as entranhas, caça essa aranha,
Que em seu mastro desliza úmida e ardente!

Minha boca devora por prazer ela implora,
Vem beber um pouco de mim!
Absorvo-te sem medo cada gota de vida
A escorrer em mim.

Nessa viagem já não sei
Que rumo tomar, me perdeu no caminho
O leme destino!

Que em meu coração a bússola mor,
Sempre aponta o caminho,
E agora em alto mar suas ondas
Devoram-me, me inebriam faz-me
Sucumbir, e me entrego finalmente
Ao prazer que me fez naufragar!

Mayra Alcione Musa